Julgo desigual: Caminho para o mal

Vi também naqueles dias judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas. (Ne 13:23)

Neemias foi um homem justo, escolhido por Deus para trazer a restauração dos muros de Jerusalém e a restauração do espiritual do povo que estava mais uma vez se esquecendo de Deus trazendo maldição sobre si. A principal causa disto naquela época eram os casamentos mistos com mulheres e homens de outros povos incircuncisos, o que levava a adoração a idolatria. Vejamos como eram realizados os casamentos na época de Neemias para entendermos tal prática contrária à vontade de Deus:

Os casamentos eram arranjados pelos pais, não havia a liberdade de um primeiro encontro, um conhecimento de amizade que se tornasse em afeto como temos hoje, eram os pais dos futuros noivos que entravam em acordo nupcial, acertavam o valor do dote a ser pago e fim de papo, querendo ou não os noivos teriam de se unir em matrimônio. De modo geral estes pais incircuncisos eram detentores de grandes fortunas em terras e gado, e os pais do povo de Israel estavam visando estas riquezas, não dando mais ouvidos as ordenanças de Deus acerca do casamento.

Desta forma, a mistura de povos fazia com que fossem esquecidas as origens do povo, toda sua cultura. Os filhos resultantes desta união, cresciam aprendendo a falar o idioma estrangeiro e toda cultura estrangeira, adorando a deuses pagãos (Ne 13:24). Perceberam o mal imperando sobre o povo? Foi o que aconteceu na época de Neemias e até hoje acontece. Vejamos alguns exemplos claros descritos na Bíblia de pessoas que deixaram a benção pela maldição:

Salomão filho de Davi foi o homem mais sábio da história da humanidade. Dotado de grande conhecimento, obteve riquezas como nenhum outro rei de sua época; sua sabedoria atraia aos príncipes, reis e sultões de todas as partes do mundo a fim de conhece-lo (1 Re 10:24). Possuiu trezentas mulheres e setecentos concubinas, atraiu para si uma rainha a qual o levou para a idolatria (1 Re 11:3). A rainha de Sabá conhecedora da sabedoria e riqueza que Salomão obteve através do Senhor, decidiu conhece-lo (1 Re 10:1). Salomão se esqueceu de tudo o que o Senhor havia feito por ele e por seu povo, casou-se com esta rainha e implantou tudo quanto o Senhor abominava em seu reino (1 Re 11). O resultado foi uma velhice na iniquidade junto de suas mulheres, porém longe de Deus (1 Re 11:4);(Ne 13:26).

Sansão foi o último juiz de Israel. Foi uma criança escolhida para receber o Espírito de Deus e libertar o povo da opressão do povo filisteu. Seu futuro poderia ter sido brilhante, tinha tudo para ter o que quisesse pois em momentos de batalhas o Espírito de Deus se apoderava de Sansão e sua força se tornava sobre-humana. Com esta força matou a um leão com as mãos vazias (Jz 14:6) e a mil homens usando uma queixada de jumento em uma fenda (Jz 15:8-15). Sansão possuía um vício que o levou a perdição - a sensualidade (Jz 16:1). Ele era homem que se deitava com prostitutas e olhava para mulheres de outros povos, foi advertido por seus pais para que escolhesse uma mulher do próprio povo, mas não deu ouvidos. Mas isto também era plano do Senhor (Jz 14:1-4). Conheceu a Dalila (Jz 16:4) uma filistéia pela qual se apaixonou e consequentemente contou o segredo do pacto entre ele e Deus para que ele obtivesse aquela força descomunal. Foi traído, humilhado, teve seus olhos vazados e foi obrigado a trabalhar na pedreira dos filisteus. Certo dia enquanto era chamado ao patio do palácio para ser zombado, Sansão orou a Deus e pediu que novamente sua força fosse restituída para que fosse cumprido o propósito dele de ter vindo a terra - libertar o seu povo. Deus ouve a oração de Sansão, este apalpa as colunas do templo derrubando sobre si e todos os filsiteus matando a todos e morrendo (Jz 16:21-30).

Vemos quão grande maldição é o julgo desigual! Levou a vida espiritual de homens escolhidos por Deus para cumprir seus propósitos aqui na terra, à uma vida de fracasso. Gosto de explicar por figuras de linguagem porque isto incentiva o entendimento, ontem enquanto conversava com uma amiga no msn (obrigado pela conversa que me deu luz pra esta analogia July) acerca deste mesmo assunto coloquei a seguinte analogia:

A vida conjugal de uma pessoa está ligada a espiritual em todos os sentidos, afinal quando se casam se tornam uma só carne (Gn 2:21-25). Vocês conhecem o cabo de guerra? Aquela brincadeira que um puxa uma corda para uma direção e outro puxa para o lado oposto até que um dos lados ultrapasse a risca central trazendo o oponente para seu lado, assim vencendo. Levando isto para o lado espiritual e conjugal, imaginemos duas pessoas casadas, uma cristã e outra budista. Uma acredita em Cristo a outra no Buda, no dia de domingo um irá querer servir a Deus no seu santo templo, a outra irá querer servir a seu deus num templo pagão. Há equilíbrio nisto? Com certeza não. O que irá acontecer é um verdadeiro cabo de guerra, as discussões virão, cada um irá forçar pra um lado da situação e o que acontece quando é exercida a mesma intensidade de forças por ambas as partes? Não sai do lugar! Agora o pior que pode acontecer é um destes lados estar espiritualmente mais fraco, fazendo com que o lado oposto vença trazendo uma pessoa cristã para fora da fé.

Que possamos saber esperar em Deus, o nosso amor. Deus tem preparado para cada um de nós uma pessoa especial com quem a gente se sinta bem, venha a ter respeito e carinho e principalmente venha ajudar na mesma fé, no mesmo pensamento de servir a Deus como um só.

A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos leitores, orem por mim e meu ministério, estou orando por vocês.

"Então Secanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, tomou a palavra e disse a Esdras: Nós temos transgredido contra o nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra, mas, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel." (Es 10:2)